ETCC – Entrevista Manuel Pedro Fernandes

Manuel Pedro Fernandes é “cá da casa”. Já falamos várias vezes com o piloto, que sempre nos tratou bem e tem sempre 5 minutos para nós, mesmo quando sabemos que prefere manter-se discreto e longe das luzes da ribalta. Mas a grande notícia da sua entrada na prova do ETCC em Vila Real fez de Manuel Pedro uma das grandes estrelas para o fim de semana que se aproxima. Com toda a paciência do mundo, e com a sempre inestimável ajuda do Bernardo Andrade, o piloto deixou-nos algumas respostas. Eis o resultado:

Como surgiu a oportunidade de correr no ETCC?

Após ter falhado por pouco a presença na ronda do WTCC do ano transato cá em Vila Real, criei a expetativa de poder participar numa prova de dimensão semelhante. Este ano, tive também a hipótese de correr no WTCC, no entanto, o ETCC tornou-se mais apetecível porque o carro que vou pilotar é mais competitivo. Surgiu a Speedy Motorsport, que se tem revelado ser o parceiro ideal para este projeto, e decidi avançar.

Quais são os seus objectivos para as provas em Vila Real?

Não tenho objetivos definidos, pelo menos na perspetiva de resultados concretos. Quero, essencialmente, divertir-me e fazer boas provas e orgulhar-me a mim, aos meus, a quem apostou em mim e ao maravilhoso público de Vila Real, que bem merece. Não posso deixar de referir os sponsors e as marcas que me apoiam, os quais pretendo dignificar com boas prestações.

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Pensa que tem uma vantagem em relação aos demais concorrentes por ter um conhecimento mais aprofundado da pista?

Pensar-se assim é errado. Pode ser uma vantagem, mas é pequena e é anulada se atendermos ao facto de que os outros pilotos estão muito mais adaptados aos seus carros do que eu ao meu. O nível de competividade é elevado, portanto, não posso de maneira nenhuma achar que tenho vantagem sobre eles. Se realmente tiver, terei que prová-lo em pista. Tenho que ser realista e perceber as minhas condicionantes. O que realmente tenho é uma motivação especial em correr neste circuito, que é também a minha casa.

O que acha da sua máquina? Pensa que a adaptação decorrerá sem problema?

É realmente uma máquina. Conduzi-la é uma adrenalina enorme. Eu gosto de adrenalina, se não gostasse não seria piloto (risos).

O carro é fácil de conduzir, muito previsível e gostei muito de andar com ele. Gasta é muito pneu. Já quando testei como o WTCC foi a mesma coisa e com este é igual. Os pneus têm pouco tempo de vida.

Nunca ponderou fazer uma época a tempo inteiro no ETCC?

Ponderar mesmo, não. Ponderar significa estar indeciso entre fazê-lo ou não e isso nunca estive. Se calhar desejei ou tive vontade de o fazer, mas daí até estar inclinado a tal, ainda vai um bom bocado. Fazer uma época inteira exigiria investimentos e verbas avultadíssimas.
Além do mais, sou um empresário a tempo inteiro, tenho o meu negócio ao qual me dedico de corpo e alma e não me vejo a abdicar dele para me dedicar a uma época inteira no ETCC. Também já não sou jovem. Se estes três factores, verbas, vida profissional e idade, não coincidissem talvez pudesse ponderar. Mas de momento e no futuro parece-me bastante improvável que o faça, isto para não dizer impossível.

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Está no Troféu Selénia com um Abarth 500 de uma equipa italiana (V-Action team). Que balanço faz da sua prestação até agora?

5 vitórias em 6 corridas parece-me ótimo para ano de estreia num Europeu. O balanço só poderia ser melhor se não tivesse tido aquele despiste em Ímola que me fez não ganhar a única corrida da qual não saí vencedor. De resto, estou super satisfeito, a V-Action está satisfeita com o meu trabalho e a minha equipa cá em Portugal apoia-me e ficam felizes quando eu ganho. Que mais posso eu querer?!

Porquê fazer campeonatos fora do país e não apostar num campeonato nacional?

Senti necessidade de arriscar um pouco mais e como surgiu o convite da V-Action, que fez mesmo questão em contar comigo, não poderia rejeitar. Senti-me desejado e parte importante do projeto deles. O ano passado venci a mesma categoria a nível nacional. Se não o tivesse feito, provavelmente tentaria de novo este ano. Mas venci e tornou-se imperativo alcançar novas vitórias e traçar outras metas. Não sou comodista. Nunca fui. E resolvi arriscar. Mais uma vez tive o apoio de todos os que me são mais próximos e estou plenamente convencido de que tomei a decisão correta.

Há hipótese de ver o Manuel Pedro Fernandes a competir no CNVT?

Não é uma coisa que pense. Prefiro pensar no agora, no presente. O futuro é uma incógnita. Pode haver possibilidade como pode não haver. Talvez a resposta seja vaga, mas a verdade é que é uma pergunta à qual a resposta é dificil, muito pelo facto de não saber o que vai acontecer no fim da presente época. E como disse, não faço grandes planos.

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Vai ter muito apoio das bancadas. Será isso um factor de pressão ou algo que o vai motivar ainda mais?

Um pouco de ambos. Muito mais motivação do que pressão porque não tenho provas a dar a ninguém. Perdoem-me um pouco da arrogância, mas se as pessoas me apoiam é muito por saberem que tenho valor. A pressão que há é aquela pressão boa, de querer dar alegrias aos que me apoiam. Uma coisa é certa. Não vou correr por correr. Quero fazer boa figura e usar o apoio do publico a meu favor.

Qual a parte do circuito que acha mais desafiante? E aquela que gosta mais?

Em ambos os casos terei que responder, a saída da rotunda de Mateus e respetiva reta. Adrenalina pura.

Como vê este regresso em força do Circuito de Vila Real aos tempos de ouro? Acha que este é o caminho certo para o circuito e para a região?

Eu vivi sempre as Corridas de Vila Real muito de perto. É com enorme satisfação que vejo que elas estão de volta e para ficar. Esta aposta na internacionalização parece-me bastante arrojada e muito boa para Vila Real. Através das provas WTCC e ETCC, a nossa cidade vai entrar por milhões de televisores por esse mundo fora. Promovemos o que de melhor temos nesta região alto duriense e mostramos que, apesar de o nosso circuito ser um marco importante para nós, temos muito mais que isso. Saímos todos a ganhar.

Este ano para o ETCC estamos como o Marco Paulo… Fábio Mota e Manuel Pedro Fernandes são dois pilotos fantásticos e se ambos ganhassem  seria prenuncio de festa rija e ressacas pouco aconselháveis. Sabemos das capacidades de ambos os pilotos e sabemos também da vantagem que outros pilotos têm ao nível das máquinas. Mas Manuel Pedro Fernandes cresceu cá e teve o melhor professor. E é por certo a pensar no seu professor que Manuel Pedro irá para a pista. O nome Manuel Fernandes volta assim a um palco internacional. Já tínhamos saudades, não? Boa sorte Manuel Pedro. Aperta com ele!

Chicane Motores para o CIVR

 

 

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